No Um Ateu de hoje faremos uma homenagem ao doutor Dráuzio Varella, um cara que respeito muito. Por sua simplicidade, sua vontade de ajudar ao próximo, sua clareza de pensamento e muitas outras coisas. Lembro que assisti uma vez uma entrevista dele sobre um caso que foi muito difundido na mídia há uns cinco anos atrás. Uma menina de pouco mais de uns oito ou dez anos de idade foi estuprada e engravidou de seu agressor. A família resolveu fazer um aborto e a igreja católica excomungou a família e os médicos envolvidos, porém, não se pronunciou sobre o agressor. Ao ser perguntado se achava certo a posição da igreja católica ele respondeu que a igreja fez o papel dela e não surpreendeu ninguém, tendo em vista que na igreja o estupro nunca foi pecado sujeito à excomunhão e aborto sim. Naquele momento eu parei e pensei. "Esse cara tem toda razão". Absurdo são as pessoas terem conhecimento desse tipo de coisa e ainda assim seguir tal doutrina.
O texto abaixo foi retirado do site oficial dele http://drauziovarella.com.br/ e conta um pouco da história desta pessoa fantástica.
Drauzio Varella é médico cancerologista, formado pela USP. Nasceu em São Paulo, em 1943. Foi um dos fundadores do Curso Objetivo, onde lecionou química durante muitos anos.
No início dos anos 1970, trabalhou com o professor Vicente Amato Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Durante 20 anos, dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer (SP) e, de 1990 a 1992, o serviço de Câncer no Hospital do Ipiranga, na época pertencente ao INAMPS.
Foi um dos pioneiros no tratamento da AIDS, especialmente do sarcoma de Kaposi, no Brasil. Em 1986, sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas que visavam ao esclarecimento da população sobre a prevenção à AIDS, primeiro pela rádio Jovem Pan AM e depois pela 89 FM de São Paulo.
Na Rede Globo, participou das séries sobre o corpo humano, primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento familiar, transplantes e diversas outras, exibidas no Fantástico.
Em 1989, iniciou um trabalho de pesquisa sobre a prevalência do vírus HIV na população carcerária da Casa de Detenção do Carandiru. Desse ano, até a desativação do presídio, em setembro de 2002, trabalhou como médico voluntário. Atualmente, faz o mesmo trabalho na Penitenciária Feminina de São Paulo.
Na Amazônia, região do baixo rio Negro, dirige um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e bactérias resistentes aos antibióticos. Esse projeto, apoiado pela FAPESP, é realizado nos laboratórios da UNIP (Universidade Paulista) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês.
Livros publicados
* Aids Hoje: 3 volumes em colaboração com os médicos Antonio Fernando Varella e Narciso Escaleira.
* Estação Carandiru (Companhia das Letras): Prêmio Jabuti de 2000
* Macacos (Publifolha): Faz parte da série Folha Explica
* Nas Ruas do Brás (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil; Prêmio Novos Horizontes da Feira Internacional do livro de Bolonha, Itália, e revelação de autor de literatura infantil na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2001.
* De Braços Para o Alto (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil, publicado em 2002.
* Florestas do Rio Negro: Coordenou a elaboração do livro que, sob a editoria científica de Alexandre de Oliveira e Douglas C. Daly, reúne trabalhos de vários colaboradores sobre a biodiversidade botânica da região amazônica e foi indicado para o Prêmio Jabuti em 2002.
* Maré – Vida na favela (Casa das palavras): Co-autoria: Paola Berenstein, Ivaldo Bertazzo, Drauzio Varella, Pedro Seiblitz (imagens).
* Por um Fio (Companhia das Letras): Publicado em 2004.
* Borboletas da Alma (Companhia das Letras): Publicado em 2006.
* O Médico Doente (Companhia das Letras): Publicado em 2007.
* Cabeça do Cachorro (Editora Terrabrasil): Drauzio Varella, Araquém Alcântara e Jefferson Peixoto; Ensaio publicado em 2008.
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#JC
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