No #Um Ateu de hoje, explanaremos sobre um grande filósofo, intelectual e revolucionário, que com suas ideias e publicações ajudou a rever e teorizar a maior parte das ciências e seus métodos, utilizados até hoje.
Karl Heinrich
Marx foi um
intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna,
que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
Nascido em 5 de
maio de 1818, na cidade de Tréveris, Alemanha, seu pensamento influencia várias
áreas até hoje, especialmente Filosofia, Geografia, História, Direito,
Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Economia e
Teologia. Outras áreas também são influenciadas por eles, tais como Biologia,
Psicologia, Comunicação, Administração, Turismo, Design, Arquitetura, entre
outras.
As teorias de
Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como
marxismo - afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de
classes: um conflito entre a classe burguesa que controla a produção e um
proletariado que fornece a mão de obra para a produção. Ele chamou o
capitalismo de "a ditadura da burguesia", acreditando que seja
executada pelas classes ricas para seu próprio benefício, Marx previu que,
assim como os sistemas socioeconômicos anteriores, o capitalismo produziria
tensões internas que conduziriam à sua autodestruição e substituição por um
novo sistema: o socialismo. Ele argumentou que uma sociedade socialista seria
governada pela classe trabalhadora a qual ele chamou de "ditadura do
proletariado", o "Estado dos trabalhadores" ou "democracia
dos trabalhadores". Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a
uma apátrida, uma sociedade sem classes chamada de comunismo. Junto com a
crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou ativamente
para a implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e
pessoas economicamente carentes devem realizar uma ação revolucionária
organizada para derrubar o capitalismo e trazer a mudança sócio econômica.
Um dos seus
principais inspiradores, Hegel foi professor da Universidade de Jena, a mesma
instituição onde Marx cursou o doutorado. E, em Berlim, Marx teve contato
prolongado com as ideias dos Jovens Hegelianos. Os dois principais aspectos do
sistema de Hegel que influenciaram Marx foram sua filosofia da história e sua
concepção dialética.
“A mistificação por que passa a dialética nas mãos de
Hegel não o impede de ser o primeiro a apresentar suas formas gerais de
movimento, de maneira ampla e consciente. Em Hegel, a dialética está de cabeça
para baixo. É necessária pô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a
substância racional dentro do invólucro místico.”
A respeito da
influência de Hegel sobre Marx, escreveu Lenin que
“(…) é completamente impossível
entender O Capital de Marx, e, em especial, seu primeiro capítulo, sem haver
estudado e compreendido a fundo toda a lógica de Hegel.”
Outro de suas
inspiradores, Ludwig Feuerbach foi um filósofo materialista que atraiu muita
atenção de intelectuais de sua época. Publicou, em 1841, uma obra (Das Wesen
des Christentums – A essência do cristianismo) que teve influência importante
sobre Marx, Engels e os Jovens Hegelianos. Nela, Feuerbach criticou duramente
Hegel, e afirmou que a religião consiste numa projeção dos desejos humanos e
numa forma de alienação. É de Feuerbach a concepção de que em Hegel a lógica
dialética está "de cabeça para baixo", porque apresenta o homem como
um atributo do pensamento ao invés do pensamento como um atributo do homem. Sem
dúvida, o contato de Marx com as ideias feuerbachianas foi determinante para a
formulação de sua crítica radical da religião e das "concepções
invertidas" de Hegel.
Marx nunca
escreveu um livro dedicado especificamente à metodologia das ciências sociais
para expor, mas deixou, dispersas por numerosas obras escritas, um conjunto de
reflexões metodológicas, nas quais desenvolve o seu próprio método por meio da
crítica ao idealismo especulativo hegeliano e à economia política clássica.
Segundo Marx,
Hegel e seus seguidores criaram uma dialética mistificada, que buscava explicar
especulativamente a história mundial como auto desenvolvimento da Ideia
absoluta.
Já os
economistas clássicos naturalizavam e desistoricizavam o modo de produção
capitalista, concebendo a dominação de classe burguesa como uma ordem natural
das relações econômicas, a partir de um conceito abstrato de indivíduo, homo
economicus. Por isso, os economistas clássicos recorriam a ‘robsonadas’, isto
é, narrativas de trocas de produtos entre caçadores e pescadores primitivos,
para ilustrar as suas teorias econômicas. Marx atribuía essa mistificação ao
fetichismo da mercadoria, e não a uma intenção consciente.
Em oposição aos
filósofos idealistas e aos economistas clássicos, Marx propunha a investigação
do desenvolvimento histórico das formas de produção e reprodução social,
partindo do concreto para o abstrato e do abstrato para o concreto.
Para Marx a
crítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as
concepções religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências
de seus atos. Marx tornou-se reconhecido como crítico sagaz da religião devido
a sentença que profere em um escrito intitulado Crítica da filosofia do direito
de Hegel: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo
sem coração, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o
ópio do povo.” Em verdade, Marx se ocupou muito pouco em criticar
sistematicamente a atividade religiosa. Nesse quesito ele basicamente seguiu as
opiniões de Ludwig Feuerbach, para quem a religião não expressa a vontade de
nenhum deus ou outro ser metafísico: é criada pela fabulação dos homens.
Encontrando-se
deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em dezembro de 1881, Marx
desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de
toda a vida, bronquite e pleurisia, que causaram o seu falecimento em 1883, em
Londres. Foi enterrado na condição de apátrida, no Cemitério de Highgate.
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