quarta-feira, 1 de outubro de 2014

CARL SAGAN, FALÁCIAS, HISTÓRIA, DIVÓRCIO, CHICO BUARQUE


CARL SAGAN, FALÁCIAS, HISTÓRIA, DIVÓRCIO, CHICO BUARQUE

Hoje, em sala de aula, usei o livro "O Mundo Assombrado pelos Demônios", de Carl Sagan, para explicar as falácias mais usadas nos meios de comunicação (capítulo 12: "A Refinada Arte de Detectar Mentiras"). Quero preparar a garotada que está quase terminando o Ensino Médio para fazerem debates.
Carl Sagan fala da "falácia das consequências adversas": "Deve existir um Deus que confere castigo e recompensa, porque, se não existisse, a sociedade seria muito desordenada e perigosa -- talvez até ingovernável". Ou seja: as pessoas anunciam consequências terríveis para a tese contrária que elas advogam (a mais famosa dessas falácias é a de Dostoiévsky, que Sagan usou com mais palavras; o russo apenas disse: "Se Deus não existe tudo é permitido".)
Eu exemplifiquei com a História do Brasil, porque História é coisa do dia a dia. "Eu nasci em 1976. Quando eu nasci não havia no Brasil uma coisa chamada divórcio. E naquela época, quem se dizia 'defensor da família' dizia que a sociedade brasileira entraria em colapso se a lei do divórcio fosse aprovada. Daí aquela música de Chico Buarque que diz: 'Nós vamos nos casar em Porto Rico'. Porque muita gente saía do Brasil pra poder casar de novo." Em 1953, o escritor Josué Montello precisou casar-se na Embaixada do México, porque já tinha sido casado antes. Em 1977, o divórcio foi aprovado e a vida continua."
Certamente eles perceberam as semelhanças com os 'defensores da família' de hoje em dia, que anunciam o colapso da sociedade caso o aborto seja legalizado e o casamento homoafetivo seja reconhecido por lei.

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