sexta-feira, 10 de abril de 2015

MELHOR QUE LIVRO DE SUSPENSE


Estou lendo, empolgado, a biografia do lendário padre Cícero Romão, escrita pelo jornalista Lira Neto: "Padre Cícero - Poder, fé e guerra no sertão", editora Companhia das Letras.
Tudo começou quando uma fiel Maria de Araújo, começou a mostrar o que seria sangue em sua boca. Dizia que a hóstia sangrava quando ela recebia a comunhão. Não se encontrou uma explicação científica para o fenômeno, mas padres céticos lhe deram a comunhão tomando providências para evitar qualquer fraude e o fenômeno não se repetiu, fazendo-os afirmar que havia algum embuste por parte da beata.
Também o padre Cícero alegava conversar assiduamente com Jesus Cristo. O bispo, duvidando, pediu-lhe que perguntasse a Cristo como estaria a política brasileira no ano seguinte, quem seriam os próximos sacerdotes a serem nomeados bispos, quem seria o próximo cardeal da Bahia e quando os bispos do Brasil se reuniriam em concílio. Cícero respondeu que não poderia fazer tais perguntas ao Senhor.
Estranhamente, padre Cícero vivia na casa paroquial rodeado de fiéis solteironas denominadas "beatas". Maria de Araújo alegara que o padre Cícero a casara com Cristo. Tudo muito irregular.
Oficialmente, o Vaticano considerou padre Cícero um charlatão.
Incrível que o ex-cardeal Ratzinger, ex-papa Bento XVI, famoso por seu apego à ortodoxia, quisesse reabilitar o padre Cícero, que jaz dentro de uma igreja, privilégio reservado apenas a bispos e a pessoas que tiveram um processo de beatificação aberto no Vaticano, como recentemente o surfista seminarista Gustavo Schaffer.

Aí tem coisa.

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