terça-feira, 5 de agosto de 2014

DEUS E A RAINHA ELISABETH


Uma vez, dr. House, discutindo com o dr. Chase, disse: "Vocês britânicos são todos iguais!" Chase respondeu: "Eu não sou inglês. Sou australiano." House retrucou: "Mas o dinheiro de vocês tem o rosto da rainha; então são todos iguais para mim."
Fui imediatamente a uma loja de numismática e pedi para ver cédulas australianas. Lá estava o rosto de Sua Majestade. Para compensar o incômodo da funcionária, que abriu o álbum, comprei uma cédula australiana e outra canadense. A partir daí, comecei a colecionar cédulas e moedas de diversos países com o rosto de Elizabeth II e a estudar a monarquia britânica. Curti a página da realeza britânica no Facebook e no Youtube.
Fosse eu um cientista político, escreveria uma tese de doutorado para discutir como a rainha mantém sua influência em países tão distante onde ela dificilmente vai. (Li dois discursos seus feitos na Austrália. Num ela dizia que tinha estado lá 5 anos antes; no outro, ela dizia ter estado distante por 8 anos!)
Interessante é que ela ostenta os títulos de "rainha pela Graça de Deus" e "Defensora da Fé", sendo chefe da Igreja Anglicana (costumo dizer a um amigo que é sacerdote dessa igreja que, se eu ainda cresse em Deus, seria anglicano), mas me parece que Deus, tal qual o primeiro-ministro britânico, deveria, se existisse, visitá-la toda semana para ouvir conselhos. Por quê? Ora, ela sabe como fazer seus representantes andares na linha.
Sendo ela rainha de 16 países, e não podendo estar em dois lugares ao mesmo tempo, 15 governadores a substituem nas outras nações, fazendo o que ela faria se estivesse lá: aconselhar os primeiros-ministros, inaugurar obras, participar de cerimônias cívicas, homenagear cidadãos que fizeram algo de bom por aquele país, estimular iniciativas filantrópicas, receber chefes de Estado visitantes. E, na primeira sessão do Parlamento de cada ano, ler o "Discurso do Trono", discurso escrito pelo primeiro-ministro declarando suas intenções para o progresso da nação no ano que se inicia. Leitura branca, que não demonstre alegria ou descontentamento. Basicamente isso.
E os representantes da rainha andam na linha. Aquele que abusou do cargo, demitindo o primeiro-ministro australiano que tinha o apoio do povo, foi por ela demitido e o ministro amado pelo povo voltou à sua posição. Quando, na conferência da OEA, em Cartagena, discutiu-se a polêmica das Malvinas (Falklands, para os ingleses), o representante da rainha fez o que ela faria: votou a favor do Reino Unido contra a Argentina.
Agora, imagine um encontro em que estivessem presentes o papa Francisco, Silas Malafaia, Divaldo Franco e um membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. Por quanto tempo esse chá fraterno entre representantes de Deus transcorreria tranquilo.
Senhor, apareça qualquer dia no Palácio de Buckingham para tomar um chá.
Acho que, ao invés de Elizabeth II ser "rainha pela Graça de Deus", seria melhor se Javé fosse "Deus pela Graça da Rainha".

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