segunda-feira, 27 de abril de 2015

TRANSEXUALIDADE


A cartunista Laerte Coutinho, que pensou em denominar-se Sônia, mas preferiu manter o nome que sempre foi sua marca, desde quando se identificava como homem, disse numa entrevista ao programa "Talk-Show do Rafucko", disponível no Youtube, que "preconceito não é a opinião antecipada; preconceito é a opinião que não muda". Perfeito! Quem menospreza negros, mulheres, judeus, homossexuais etc. manterá suas opiniões grotescas mesmo que vejam representantes das categorias que despreza vencerem o Nobel em várias categorias.

Costumo dizer que tudo evolui, não só a natureza como a cultura. Daí que tenhamos caminhado do Latim para o Português de hoje, que não será o mesmo dentro em pouco. Também as religiões evoluem. Exemplos: A missa católica deixou de ser em Latim para ser em línguas vernáculas, embora a Igreja Católica não admita que mulheres cheguem ao sacerdócio. A Igreja Anglicana já tem mulheres como sacerdotisas e até uma bispa. Várias igrejas reconhecem o amor entre pessoas do mesmo sexo.
Um amigo que é pastor tem a seguinte postura: casamento não é sacramento e não deve se dar dentro da Igreja. E quanto à homossexualidade, quando alguém toca no assunto, ele recita de cor um rosário de proibições bíblicas que ninguém leva a sério: não consumir laticínios e carne vermelha na mesma refeição; não comer crustáceos; não usar roupas feitas com dois tipos de fios; não trabalhar no sábado; não raspar a barba etc. Então por que levar a sério justamente a proibição de amar alguém do mesmo sexo?
Li recentemente um texto sobre uma judia trans. Ela sentia-se mulher e fez a cirurgia de redesignação sexual, retirando os órgãos masculinos. Segundo ela, a doutrina judaica diz que todos nós nascemos com um defeito e por isso mesmo nascemos: para aperfeiçoar-nos. Ao adaptar-se à sua identidade feminina, ela estaria se aprimorando.

Fico imaginando como as diversas religiões se comportarão diante dos avanços nos direitos civis dos transexuais. Que discursos adotarão as que não forem fundamentalistas para integrá-los a seus rebanhos? Pois admitir que alguém que tem órgãos masculinos sinta-se mulher, ou que alguém com órgãos femininos sinta-se homem é admitir que Deus errou ao criar aquela pessoa com aquele corpo, ou estou errado?

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